A tradicional Procissão do Fogaréu celebrou seus 280 anos com uma edição especial que reuniu mais de 40 mil pessoas nas ruas da histórica Cidade de Goiás. Este ano, o evento contou com 60 farricocos — número acima da média habitual, que costuma girar em torno de 40 — em homenagem aos 60 anos da Organização Vilaboense de Artes e Tradições (OVAT), uma das entidades responsáveis pela realização da cerimônia.
A celebração, que acontece sempre na noite da quarta-feira da Semana Santa, teve início pontualmente às 23h59, logo após as luzes elétricas da cidade serem totalmente desligadas. O silêncio da noite foi rompido apenas pelo som dos tambores, que acompanhavam a marcha dos farricocos — personagens encapuzados, descalços e vestidos com túnicas coloridas — pelas ruas de pedra da antiga capital goiana.
A encenação dramatiza a busca de Jesus pelos soldados romanos, começando no Museu de Arte Sacra da Boa Morte e passando por pontos simbólicos como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde ocorre a representação da Última Ceia. Em seguida, os participantes seguem até a Igreja de São Francisco, que simboliza o Monte das Oliveiras. É ali que os farricocos encontram Jesus, simbolizado por uma imagem em estandarte, e um clarim soa anunciando sua prisão, encerrando a representação.
O evento é organizado pela Venerável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, pela OVAT e pela Prefeitura da Cidade de Goiás, com apoio da Secretaria Municipal de Turismo. Em 2023, o Fogaréu foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Cultural e Imaterial de Goiás, reforçando seu valor histórico e religioso.
A edição deste ano também contou com a presença de importantes autoridades estaduais. O governador Ronaldo Caiado e a primeira-dama Gracinha Caiado estiveram presentes, acompanhando de perto a procissão. Ao lado deles, os deputados estaduais Bruno Peixoto e Coronel Adailton, como de costume, participaram ativamente da celebração, reforçando o compromisso com a valorização das tradições goianas.
A Procissão do Fogaréu é mais que uma tradição religiosa: é um símbolo vivo da fé, da cultura e da identidade do povo goiano.