Uma decisão que gerou comoção entre evangélicos de todo o Brasil: o Conselho Tutelar proibiu o jovem Miguel Nascimento, de apenas 15 anos, conhecido por muitos como o “Pastor Mirim”, de continuar exercendo seu ministério de pregação em igrejas. Além da interrupção das pregações, sua agenda de compromissos foi totalmente suspensa por tempo indeterminado.
A medida foi comunicada após uma reunião delicada entre os conselheiros tutelares, os pais de Miguel — Érica e Marcelo Nascimento — e o pastor Marcinho Silva, líder da Assembleia de Deus Avivamento Profético, denominação à qual o garoto está vinculado. Segundo informações do portal Assembleianos de Valor, o encontro visou discutir os limites legais envolvendo a exposição do adolescente em compromissos religiosos frequentes, que poderiam estar comprometendo sua rotina escolar e seu desenvolvimento emocional.
Um Chamado que Tocava Multidões
Miguel ficou conhecido nas redes sociais e em diversos cultos pelo país por sua forma eloquente, apaixonada e impactante de pregar. Seus vídeos viralizaram, alcançando milhões de visualizações, atraindo convites de igrejas em várias regiões do Brasil e até mesmo no exterior. Para muitos, ele é um verdadeiro prodígio da fé.
Mas com o crescimento da notoriedade, vieram também as preocupações. Segundo o Conselho Tutelar, a rotina intensa de viagens e compromissos poderia violar os direitos da criança e do adolescente, principalmente no que se refere à proteção contra exploração (mesmo quando não intencional), ao acesso à educação e ao tempo de lazer necessário à idade.
E Agora? O Que Diz a Lei?
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é dever do Estado, da família e da sociedade garantir o pleno desenvolvimento físico, mental, moral e espiritual da criança. A legislação não impede que crianças e adolescentes se envolvam com a fé, mas quando isso se torna algo que possa configurar exploração — ainda que religiosa — o Conselho Tutelar pode intervir.
A medida não proíbe Miguel de continuar praticando sua fé, mas visa regular a exposição pública dele como figura religiosa, especialmente diante de compromissos exaustivos e da visibilidade massiva nas redes.
Reações Divididas
A decisão dividiu opiniões. Muitos irmãos em Cristo manifestaram apoio à família de Miguel, destacando que “ninguém pode impedir um chamado de Deus”. Outros, no entanto, demonstraram preocupação com os limites entre ministério e preservação da infância.
Enquanto isso, o pastor Marcinho Silva declarou que está buscando respaldo jurídico e diálogo com autoridades para garantir que o jovem continue sua missão “de forma equilibrada e segura”.
E você, o que pensa sobre isso?
- Você acredita que uma criança ou adolescente pode ser chamado por Deus para pregar?
- Onde termina o zelo pela proteção e começa a interferência indevida na fé?
- Qual o papel da igreja na formação e proteção de jovens com dons espirituais visíveis desde cedo?
- Como encontrar equilíbrio entre o chamado ministerial e os direitos da infância?