Em meio à atmosfera de louvor e comunhão do Congresso dos Gideões 2025, em Camboriú (SC), um episódio lamentável despertou reflexão em milhares de cristãos: o jovem pregador Miguel Oliveira, de apenas 15 anos — conhecido por sua entrega à Palavra desde a infância — foi expulso do evento e, segundo ele, chegou a ser agredido por seguranças enquanto tirava fotos com irmãos da fé.
O vídeo que circula nas redes sociais mostra Miguel visivelmente abalado, relatando ter sido arrastado para fora do ginásio e impedido de permanecer no local. “Não quero confusão com ninguém. Só queria tratar bem as pessoas, como sempre fiz… mas fui agredido”, desabafa o adolescente.
Miguel, que já enfrentava duras críticas públicas e acusações de ser “falso profeta” por parte de alguns grupos, vive agora um momento de exposição extrema, enquanto sua família tenta proteger não só sua integridade física, mas também emocional e espiritual. Após o episódio, conselheiros recomendaram o afastamento da imagem pública do jovem, com o objetivo de resguardá-lo — decisão tomada com dor, mas com sabedoria.
Como teólogo, não posso deixar de lembrar: o zelo pela ordem na casa de Deus jamais pode ser maior do que o amor ao próximo. A disciplina e a organização nos eventos eclesiásticos são importantes, sim, mas quando deixam de ser instrumentos de edificação e passam a causar escândalo, ferem não apenas a reputação de uma igreja, mas o próprio corpo de Cristo.
Miguel pode ser jovem, inexperiente e até mal-orientado em alguns momentos. Mas ele é, acima de tudo, um ser humano. Um adolescente. E se o que vimos foi mesmo o despreparo de uma liderança ou segurança mal treinada, o que aconteceu precisa ser corrigido com humildade, arrependimento e diálogo — não com silêncio ou justificativas duras.
A pergunta que fica para nós, enquanto Igreja, é: estamos preparados para lidar com o novo, com o diferente, com os pequenos que Deus pode levantar? Ou ainda julgamos segundo a aparência, expulsando o que não conseguimos compreender?
Que este episódio nos leve à oração, à reflexão e ao compromisso de sermos comunidade acolhedora, segura e sensível — especialmente com os mais jovens que dizem sim ao chamado. Porque, no fim das contas, não é sobre palcos, microfones ou visibilidade… é sobre almas, é sobre o Reino.