A temperatura subiu nos bastidores de Brasília. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, não poupou palavras ao criticar duramente o apoio de parlamentares governistas ao controverso projeto conhecido como PL da Anistia, que propõe perdoar os envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro.
Para ela, o apoio ao projeto dentro da própria base aliada é mais do que incoerência — é um escândalo político com sérias implicações institucionais.
“Além de ser uma profunda contradição apoiar o projeto sendo da base do governo, trata-se de uma grave afronta ao Judiciário e à própria democracia”, afirmou Gleisi, visivelmente indignada.
Apesar das tensões, a ministra garante que o governo não está promovendo nenhum tipo de “retaliação”, mas sim buscando alertar os parlamentares sobre a dimensão política, jurídica e institucional desse apoio.
“Estamos mostrando a gravidade política, jurídica e institucional que significa apoiar este projeto”, frisou.
Mas Gleisi foi além: segundo ela, o verdadeiro objetivo da proposta seria blindar quem tentou sabotar a democracia brasileira.
“Esse PL serve para garantir a impunidade de Bolsonaro e de quem mais tentou derrubar este governo, inclusive matar o presidente Lula”, acusou a ministra.
E finalizou com um recado direto — e ácido:
“É um absurdo apoiar urgência para um projeto sendo da base do governo. Isso é uma afronta ao Judiciário e à própria democracia. Urgência é para projetos que beneficiam o povo brasileiro, e não para proporcionar golpe continuado.”
O recado está dado. O clima é de alerta máximo no Planalto. Resta saber como a base vai reagir ao fogo cruzado vindo de dentro.